Desejando a verdade, esperando-a, laboriosamente vertendo algumas palavras, para sempre desejando – (um grito ecoa para a esquerda, outro para a direita. Carros arrancam divergentes. Ônibus conglomeram-se em conflito) para sempre desejando – (com doze batidas eminentes, o relógio assegura ser meio-dia; a luz irradia tons dourados; crianças fervilham) – para sempre desejando a verdade. O domo é vermelho; moedas pendem das árvores; a fumaça arrasta-se das chaminés; ladram, berram, gritam “Vende-se ferro!” – e a verdade?
5 comentários:
A verdade?
Humm...
Deixa-me ver...
É o que não se pode contar.
É uma pitada do Fernando Pessoa e uma tonelada do Nelson Rodrigues.
É o que imagino que sei.
É o que todos sabemos, fingindo não saber.
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