segunda-feira, 31 de outubro de 2011

salada de sorrisos

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

amigos

O melhor da vida.

ouvindo música

O tempo vai passar e tudo vai entrar no jeito certo de nós dois.

terça-feira, 25 de outubro de 2011

domingo, 23 de outubro de 2011

novos ares

Dizem que os filhos são criados para o mundo. A arte também. Minhas mulheres estão saindo da barra da minha saia. Se desprendendo das paredes da minha sala. Buscando novos ares. As paredes estão ficando vazias e a casa respira. Mas não por muito tempo pois já estou grávida de novas mulheres.

receita da felicidade

pão com manteiga e café com leite.

luz das estrelas laço do infinito

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

adoração

Vou lhe botar num altar na certeza de não apressar o mundo.

cinzas

Estou sofrendo a influência das cinzas do vulcão. É uma coceira na alma. Um espirro que vem do além. Será um presságio do fim dos tempos? Ou o anúncio de tempos novos...

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

abri as janelas da casa - poesia da naiana alberti

abri as janelas da casa
cortinas afastadas
dos seus afazeres solares
dispostas numa dança
com o vento

lavei os lençois 
que há pouco dormiam 
amassados de sono
com suas dobras marcando 
a passagem do tempo

pendurei 
pensamentos
lado a lado 
sem presilhas
só dobrados
equilibrados
por um fio

joguei os restos
de tudo fora

guardei o inútil
na gaveta 
e a gaveta
pela janela

já sem nada por fazer
estendi minha alma no varal
as pernas frias para cima
enquanto os móveis da casa
mudavam de cor

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

domingo, 16 de outubro de 2011

significado de pertencer

v.i. Ser propriedade de alguém.
Fazer parte de.
Dizer respeito a, concernir.
Ser da competência ou atribuição de alguém. 

Quando você descobre que não pertence a ninguém, naturalmente também percebe que ninguém pertence a você.

domingo

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

imagem e ação

Estou procurando um curso que ensine a trocar resistência de chuveiro, arrumar torneiras, janelas e computadores. Um curso que me ensine a mexer com fios, a conectar coisas e desconectar outras. Sinto medo de fios, minhocas pretas assassinas. Realmente eu preciso de um curso prático que me torne apta a realizar tudo isso e que me conceda a liberdade!

Eu não quero nunca mais, eu disse nunca mais, passar a tarde em casa esperando a visita de um homem que eu nunca vi na minha vida para arrumar um chuveiro ou seja lá o que for. Ontem recebi o Seu Paulo, ele tem um problema de dicção e eu não entendo meia palavra do que ele fala. Sem exagero, nos comunicamos por mímica. Seu Paulo veio até aqui para trocar a resistência do meu chuveiro, e eu para acelerar o processo, já havia comprado a resistência nova. Seu Paulo apontava para a minha resistência e fazia que não com as mãos. Mímicas. Imagem e ação. Entendi em menos de um minuto que eu havia comprado a resistência errada. Um ponto pra mim.

Ele ficou por exatos 4 minutos fuçando no meu chuveiro. Não passou disso. Depois me falou um monte de coisas que eu não entendi. Apontava para o chuveiro e gesticulava sem parar. Dessa vez eu não consegui acertar. Ponto para o Seu Paulo. 

Hora do pagamento: a mão aberta com os 5 dedos bem estendidos. Que?! 50 reais?! Não pode ser, devem ser 5, pensei. Tirei uma nota de 10 da carteira e mostrei para o Seu Paulo perguntando se era isso. Ele começou a gesticular freneticamente, mostrando que eu estava enganada. Mais um ponto para o meu eletricista, eram 50 reais mesmo. Consegui um desconto de 10 reais porque sou simpática. Mas perdi o jogo. 2x1 pro Seu Paulo. Me senti super roubada, tá certo que ele era melhor do que eu na mímica mas 50 reais para trocar uma resistência?! Fala sério! Certo que o Seu Paulo é um milionário. Fiquei imaginando ele tirando as férias de verão em Saint Tropez e nas Ilhas Jónicas. Meu eletricista deve colecionar abotuaduras de prata. Tem um apê em Miami. Deve ser dono de um time de futebol da Italia. Tem relações com o Berlusconi e sustenta uma amante latina. 

Meu chuveiro ficou ótimo, água bem quentinha mas eu cansei mesmo de ser ignorante para esses consertos domésticos. Já até vi aqui na internet um curso que ensina a fazer essas coisas chatas mas que são extremamente necessárias. É um curso voltado para as mulheres, acho que será bem divertido. Vou me inscrever e virar ninja! Me aguardem, me aguardem...

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

na calada da noite

com licença, eu não tenho interesse em comer uma sopa que fica pronta em 3 minutos

Mesmo dentro da minha falta de crenças há algumas coisas que, por religião, não faço. Fico pensando que se as fizer, algo de ruim cairá sobre a minha cabeça, meu mundo vai desabar, tsunami, sei lá. Eu não como sopa de pacote, por exemplo. Tenho medo, se comer acho que o universo me dará o troco. Eu chego em casa no final da noite depois de um dia pleno de atividades mas eu não me entrego a uma sopinha de pacote só porque é mais rápida. É saborosa? Não sei, não me interessa o sabor das coisas sem alma. Com licença, eu não tenho interesse em comer uma sopa que fica pronta em 3 minutos. Eu tenho interesse em ter tempo. Me interessa visitar as pessoas. Me interessa ter tempo para tomar um café com os amigos bem no meio da tarde. Bem no meio mesmo, no top do expediente de trabalho - isso sim é interessante. Me fascina escolher os ingredientes da minha sopa, temperar, sentir o cheiro enquanto ela cozinha, provar, temperar mais, pôr um pouco mais de água, desligar a panela, colocar a mesa, sentar e comer lentamente. Isso sim, é extremamente interessante para mim e o mundo não vai acabar se esse ritual levar uma hora para acontecer. Dia desses uma amiga me falou que uma amiga (sabe a amiga da amiga da amiga da amiga?) transou na pista de dança de uma boate.  Uma transa instantânea. Efêmera. Só para matar a fome. 3 minutos, como a sopa instantânea de pacote.


A geração barrinha de cereal está tentando dominar o mundo e isso me apavora. Se você realmente aprecia o sabor da barra de cereal, não é a você a quem me refiro, e sim aos que não tem tempo pra nada, fazem disso um hino e carregam as barras na bolsa, na mochila e no carro como um kit de sobrevivência.  Eu me orgulho de não fazer parte dessa tribo. Eu digo bastaaa! Aiii... coma uma coisa de verdade, um chocolate, uma fruta, um pão (desabafo). Se eu tivesse que recorrer com frequencia à barra de cereal por não ter tempo para fazer uma refeição digna, eu juro que não contaria isso a ninguém. Seria um segredo de estado.

Respeito as pessoas atarefadas, mega ocupadas, especialmente se esse tempo dedicado ao trabalho contribua para tornar o mundo melhor e tornar esta pessoa mais realizadora e feliz. Quem me conhece sabe que a minha jornada começa antes das 7h e termina depois das 22h (estava pensando que eu trabalhava apenas um turno, né? expediente de 6 horas?) mas acontece que eu não entro nessa onda da correria, do não tenho tempo pra nada, da mensagem ok, bjs no celular. Acho isso over. E interessante que ao mesmo tempo que é over é também miserável, é pouco, é quase nada. É muito resumo da opera para o meu gosto. Vamos otimizar o tempo? Vamos sim mas vamos também arrumar 5 minutos para telefonar para um amigo no dia do seu aniversário e não deixar uma mensagem que levou 11 segundos para ser digitada no facebook. Vamos parar de abreviar as palavras, especialmente a palavra Beijos. Vamos parar para ouvir uma música ou qualquer outra coisa que nos dê prazer. Eu quero uma refeição italiana, com primo piatto, secondo e ainda ter tempo para um café depois. Eu quero um banquete. Uma noite de amor.  Eu quero ler e reler um texto. Respirar e caminhar lentamente. Ter tempo para ajudar alguém. Ter tempo de sobra para usufruir do dinheiro que conquistei com o meu trabalho. Sou uma apaixonada pelo tempo e é justamente por isso que eu não tenho tempo para tomar uma sopa de pacote. Eu tenho coisas bem mais interessantes para fazer. 

 

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

observar é estar e não estar.

Do filme Medianeras.

degas

domingo, 2 de outubro de 2011

eu não tenho o menor interesse em comer uma sopa que fica pronta em 3 min.

Estou escrevendo sobre isso. Com calma.