E enquanto ela abria as dez latas de tomates pelados, enquanto lavava as verduras, picava os legumes, mexia o molho, acrescentava a pimenta, enquanto ela escolhia as folhas do manjericão, cortava as castanhas, provava e acrescentava os temperos, enquanto fazia essas coisas todas, a vida passou como um filme diante dela. Eis que tudo se fez claro, bem na sua frente. Então ali, diante do vapor que saia daquela panela gigante ela decidiu que dedicaria o seu tempo às pessoas que se dedicam a ela. Simples assim. E a partir daquele instante isso ficou decidido.
quarta-feira, 30 de novembro de 2011
segunda-feira, 28 de novembro de 2011
domingo, 27 de novembro de 2011
bons ares
bons ares. ando com os olhos de despedida e de recomeço. os olhos de criança que tem a vida pela frente. registro tudo na alma e na minha nikon. estou namorando com o mundo.
sábado, 26 de novembro de 2011
quinta-feira, 24 de novembro de 2011
vem cá, não tenha medo
eis o melhor e o pior de mim. o meu termômetro, o meu quilate. vem, cara, me retrate. não é impossível. eu não sou difícil de ler. faça sua parte. eu sou daqui, eu não sou de marte. vem, cara, me repara. não vê, tá na cara, sou porta bandeira de mim. só não se perca ao entrar. no meu infinito particular. em alguns instantes sou pequenina e também gigante. vem, cara, se declara. o mundo é portátil pra quem não tem nada a esconder. olha minha cara. é só mistério, não tem segredo. vem cá, não tenha medo. a água é potável. daqui você pode beber. só não se perca ao entrar. no meu infinito particular.
quarta-feira, 23 de novembro de 2011
par
Eis que lembrei de algo - do amor. O amor é uma via de duas mãos. É toma lá dá cá. É um jogo bonito de se ver. É simples. Preto no branco. É arroz com feijão, não tem erro. O amor não tem mistério. É pergunta e resposta. Um balanço que vai e vem. Está tudo bem, meu bem. Pois quem ama vê passarinho verde. Vê gato na lua e anda de bom humor. O amor é uma conta matemática bem simples e não uma equação na qual você leva uma vida para encontrar o valor de x. Um mais um é igual a dois. É caminhar lado a lado. São quatro mãos e a batida de dois corações num só pulsar. Porque o amor não é ímpar, é par.
segunda-feira, 21 de novembro de 2011
domingo, 20 de novembro de 2011
sexta-feira, 18 de novembro de 2011
quarta-feira, 16 de novembro de 2011
segunda-feira, 14 de novembro de 2011
mil coisas e ainda ter tempo para as oliveiras
1000 lugares que você precisa conhecer antes de morrer. 1000 livros que você precisa ler antes de morrer. 1000 filmes que você precisa assistir antes de morrer. Chatinho isso, né? Acho interessante e até gentil a ideia de apresentar 1000 coisas incríveis a serem feitas antes do nosso último suspiro, não fosse a enxurrada desses livros que estão espalhados por aí. Tudo o que é excessivo se torna chato, até love. Você entra na livraria e é bombardeado por títulos sensacionalistas. Não há como fugir, nem tente, pois algum deles estará lhe esperando na próxima sessão. Viagens, música, gastronomia, cinema, pintura, fotografia, romance e por aí vai, nada escapa.
Eu gostaria do Guia de Milano - digo eu. Este estamos em falta mas a senhora não gostaria deste aqui que tem 1000 lugares que a senhora pode conhecer antes de morrer?! Olha só, são 1000 lugares (sorrisão)!! Veja...as Ilhas Canárias, as Missões, Budapeste, o sul da França...a senhora já conhece o sul da França?! Hmm, não, é que o que eu queria mesmo era conhecer Milano. Conhecer mesmo, sabe, no sentido mais genuíno da palavra. Quero conhecer profundamente como a palma da minha mão. Obrigada. E também obrigada por me lembrar que posso morrer a qualquer instante.
Eu quero conhecer o mundo, meus pés e minha cabeça têm a forma de um leque mas também tenho a tendência de dedicar o meu tempo a me aprofundar nos lugares e nas pessoas que já conheço. Gosto de conhecer o mundo daquela cidade. O mundo daquela pessoa. O mundo daquele bairro. Conhecer mais. Frequentar. Repassar. Andar devagar. Dormir e amanhecer. Descobrir. Redescobrir. Compartilhar. Até chegar ao ponto de andar de olhos fechados por uma cidade ou pelo universo de uma pessoa - isso se chama confiança.
Revejo os filmes que amo. Frequento as pessoas que amo. Retorno aos lugares que amo. Releio os livros que amo. Vou ouvir a mesma música que adoro ainda 1000 vezes antes de morrer. E ainda preciso de tempo para conhecer a Grécia de cabo a rabo. Plantar oliveiras, vê-las crescer e comer as azeitonas. Reler mais duas vezes o Tempo e o Vento. Pintar 1000 quadros e fazer 1000 fotos de Marrocos antes de morrer!
sexta-feira, 11 de novembro de 2011
bem assim
Eu preciso de um sono reparador, de uma ou duas linhas de poesia e das janelas abertas. Preciso de um fim de tarde, adormecer com o sol e deixar as coisas assim como estão.
virginia woolf
Desejando a verdade, esperando-a, laboriosamente vertendo algumas palavras, para sempre desejando – (um grito ecoa para a esquerda, outro para a direita. Carros arrancam divergentes. Ônibus conglomeram-se em conflito) para sempre desejando – (com doze batidas eminentes, o relógio assegura ser meio-dia; a luz irradia tons dourados; crianças fervilham) – para sempre desejando a verdade. O domo é vermelho; moedas pendem das árvores; a fumaça arrasta-se das chaminés; ladram, berram, gritam “Vende-se ferro!” – e a verdade?
quarta-feira, 9 de novembro de 2011
partido dos sem assunto
Todos agora começaram a reclamar do calor. São os mesmos aqueles que passaram o inverno inteiro reclamando do frio. Pronto, é assunto garantido até abril, pois o verão promete. Que vontade de mandar uma carta anônima que diz assim: Você é um chato. Muito chato. Vá comer pitanga pela rua. Vá transar. Sentar em frente da lareira. Tomar um chá bem quente. Dançar. Vá comer um pão com manteiga e tomar uma taça de café com leite. Pare de reclamar do tempo, por favor. Seu chato. Sua chata, se você for mulher. Você possui um montão de roupas para vestir e se aquecer do frio. Você tem ar-condicionado para se refrescar. Se não tiver, compre um ventilador nas Casas Bahia. Não seja assim tão chato. Puxe outro assunto, pelo menos comigo. Assinado: Ana.
terça-feira, 8 de novembro de 2011
alguém me dá uma pitadinha de sono?
o sono deveria ser algo negociado. vendido. trocado. emprestado. escambo, qualquer coisa!
tudo azul
azul céu de verdade. azul nanquim. azul jeans. azul marinho. azul índigo. azul da prússia. azul turquesa. azul dos olhos bonitos. azul hortênsia. azul do mar. azul metálico. tudo azul, adão e eva no paraíso. sem pecado e sem juízo.
segunda-feira, 7 de novembro de 2011
domingo, 6 de novembro de 2011
mil folhas
Obrigada a todos os que sempre atendem aos meus pedidos e chantagens emocionais e me levam para comer mil folhas em qualquer momento do dia. O mil folhas de doce de leite do Press Café possui mil folhas mesmo, eu mesma contei. Mil!! Adoro. Amo. Me faz mil vezes mais feliz. Quando não querem me levar, faço bico, ameaço um dia inteiro de tristeza e os amigos mais que queridos sempre acabam me levando. Seres de luz. Estes, certamente, já possuem seus lugares reservados no céu.
sexta-feira, 4 de novembro de 2011
semente
É do desassossego que partem as grandes revoluções. Dessa inquietude da alma. Dos olhos abertos na madrugada. O desassossego é um grito. Grito que acorda um exército. Que muda uma vida. Que chacoalha o mundo. Que faz as guerras. Que une as almas gêmeas. Desassossego...a semente da coragem.
quarta-feira, 2 de novembro de 2011
la piel que habito
Só 1% da loucura das histórias de Pedro Almodóvar já me bastaria para dar uma escapada da realidade sempre que estivesse afim. La piel que habito é um mix de maluquice e criatividade. Fenomenal. Fantástico. Surreal. É um filme que pode ser compreensivamente detestado por muitas pessoas. Eu, particularmente, amei de paixão. Beijaria os pés do Almodóvar se ele por acaso entrasse no meu apartamento agora. Lhe ofereceria mundos e fundos. A minha vida, se fosse o caso. Basta por hoje, vou dormir.
registro de alegria
como você me alegra. com você alegro. você alegra as coisas ao meu redor. há pessoas que são assim. uma para a outra. outra para uma. química. mágica. ou só alegria mesmo. isso só pode ser coisa das estrelas, só pode.
Assinar:
Postagens (Atom)