segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Um doce olhar



Normalmente não gosto muito das traduções dos nomes dos filmes. Sempre prefiro o nome original, por motivos óbvios. Ora, é esperado que o nome dado ao filme tenha total relação com o que o telespectador verá no desenrolar da história. Mas eventualmente as traduções me surpreendem positivamente. Foi o caso do filme Bal, com tradução para o português: Um doce olhar. Basta olhar para o rostinho do menino aí em cima para compreender a minha percepção.

Este doce olhar vê a paisagem da região montanhosa da Turquia, as letras do caderno da escola, as árvores gigantes e as colméias. E nós, no papel de telespectadores, nos deleitamos com as cenas de beleza e vastidão da natureza. A trilha sonora fica por conta do som da chuva nas telhas, os passos do menino caminhando na lama, o som das folhas batendo no vento e a respiração de uma criança enquanto dorme.

Dizem que o filme é lento e parado. Discordo. Percebo em Um doce olhar o movimento, a velocidade e o ritmo que a natureza tem. Forte, perseverante, poética e destruidora.

Um comentário:

Leo disse...

Ana, sinceramente acho que essa sua "crítica" deveria ser usada pelos meios de comunicação para anunciar o filme. Concordo com você 100%, vi neste doce olhar, um universo que está ao nosso alcance e que não vemos. Que tal voltarmos à infância para perceber tudo isso novamente? Lembro-me claramente a minha felicidade ao ganhar um simples "peão" feito em madeira e quão mágico isso era. Hoje, precisamos de brilhos, marcas, cores, formas, aromas, sabores e ainda assim, não chegamos a 1% da felicidade! Eu quero esse doce olhar sobre o mundo!