Tenho terror e pânico de saída de cinema. Sempre tenho a nítida sensação de estar sendo observada. Alguém dizendo olha lá a Ana, saindo do cinema! Essa iminência de alguém me abordar na saída da sessão me dá um certo calafrio. Fico tensa. Olho pro horizonte e acelero o passo. Se vejo algum conhecido, finjo que não ví. Se vejo alguém caminhando na minha direção, desvio. Se a pessoa consegue chegar até mim, tenho vontade de me atirar no chão e simular um desmaio. Então, por caridade, se você me vir saindo de uma sessão de cinema...
sábado, 30 de julho de 2011
lar doce lar
pelo amor de deus. pelas barbas do profeta. pela madrugada. pelo amor à vaca jérsei. pela consideração às espécies em extinção. não me convide para sair de casa hoje. i need to sleep.
sexta-feira, 29 de julho de 2011
linha
as linhas do rosto. a linha de raciocínio. fio de linha. andar na linha. voltar pra linha. a linha do trem. um traço. a linha do tempo. diferentes caminhos que nos levam ao mesmo ponto. o fim da linha. o fim da vida. inevitável para todos nós, sem exceção. para mim, para você, para a sua tia, para o seu cachorro. um dia a linha acaba. já que é assim, quero costurar pela vida afora. tricotar com os amigos. eu quero mais é perdoar. amar. não dormir. brincar. sair da linha.
quarta-feira, 27 de julho de 2011
terça-feira, 26 de julho de 2011
segunda-feira, 25 de julho de 2011
florbela espanca
Sei lá! Sei lá! Eu sei lá bem
Quem sou? um fogo-fátuo, uma miragem...
Sou um reflexo...um canto de paisagem
Ou apenas cenário! Um vaivém
Quem sou? um fogo-fátuo, uma miragem...
Sou um reflexo...um canto de paisagem
Ou apenas cenário! Um vaivém
troca a faixa
Cada um tem a sua opinião sobre a Amy, combinado? Vamos deixar a criatura em paz e trocar de assunto.
conquista
Às vezes, para se conquistar algo, é necessário fazer o caminho contrário. Contrário ao que se sente. Contrário ao que se quer. Tudo bem incoerente mesmo. Tipo lelé da cuca. Não gosto disso mas funciona bem.
domingo, 24 de julho de 2011
terça-feira, 19 de julho de 2011
segunda-feira, 18 de julho de 2011
sentimentos não se podem prometer, por rubem alves
Somos donos dos nossos atos, mas não somos donos dos nossos sentimentos. Somos culpados pelo que fazemos, mas não somos culpados pelo que sentimos. Podemos prometer atos. Não podemos prometer sentimentos. "Eu sei que vou te amar, por toda a minha vida vou te amar..." Lindo e mentiroso. Não se podem prometer sentimentos. Eles não dependem da nossa vontade. Sua existência é efêmera. Como o vôo dos pássaros.
domingo, 17 de julho de 2011
eu não gosto de coisas fixas
Domingo nublado. Meu celular começa a tocar. O fato de ser domingo, de estar nublado e de ser antes do turno da tarde me faz considerar que é de madrugada. Estão me ligando de madrugada! A ligação vem de um telefone fixo. Em seguida, uma nova ligação do mesmo telefone fixo. A pessoa do outro lado da linha, deixa tocar até cair. São 12 ding dongs. Aqui, dentro da minha caverna, penso: será que tem alguém morrendo lá fora? Hmm...se for isso mesmo, não deve ser ninguém muito próximo já que não tenho esse número gravado no meu celular. Por religião, por convicção, por intuição mas principalmente por amor ao conforto do meu lar, não atendo. Está tudo tão confortável aqui que não quero falar. O edredom, as almofadas fofas e o filme de amor de 1985 que estou assistindo no mute. Já comi ovos mexidos e já dei uma colher de chá de água para os cactos e nada acontece no filme. E é isso o que eu quero. Que nada aconteça. Não vou atender a ligação do telefone fixo. Não gosto de coisas fixas.
sexta-feira, 15 de julho de 2011
quinta-feira, 14 de julho de 2011
terça-feira, 12 de julho de 2011
o viaduto da borges como era antes
Tenho andado por aqui. Em cima do viaduto. Ou em baixo. Olhando pro céu. Fotografando. Viajando. Encontrando as pessoas por acaso. Se você sair de carro comigo saiba que eu vou pedir para você me levar para passar no Viaduto da Borges. Vou chorar e espernear até você me levar. E assim eu estou. Nesta semana eu já consegui três vezes.
manicômio
O mundo é um grande manicômio. Um lugar confortável onde vivemos as nossas próprias loucuras - e as loucuras dos outros também. É mais ou menos isso. E é por isso que eu não discuto com as pessoas: porque com louco não se discute.
segunda-feira, 11 de julho de 2011
domingo, 10 de julho de 2011
conselho, por lucas de nardi
Um dia você vai aprender
que certas coisas da vida
é preciso deixar para trás.
Vai entender
que algumas coisas passam
outras ficam no caminho
e há aquelas que caminham em direções distintas.
que algumas coisas passam
outras ficam no caminho
e há aquelas que caminham em direções distintas.
Vai perceber,
com a clareza da luz quando nasce,
que é preciso, mesmo que lhe seja dolorido,
dizer adeus.
com a clareza da luz quando nasce,
que é preciso, mesmo que lhe seja dolorido,
dizer adeus.
E quando seus olhos
já não estiverem voltados para o que não mais é
olhará para frente
já não estiverem voltados para o que não mais é
olhará para frente
e terá um mundo de possibilidades.
Porque a Vida é uma inesgotável fonte
de renovação.
de renovação.
sobre coragem
Que Deus se apiede dos homens que não têm coragem de amar. Que guarde um cantinho para eles no céu, pois aqui na terra, a vida para estes é dura.
sexta-feira, 8 de julho de 2011
quarta-feira, 6 de julho de 2011
mais kupka
Aliás, todas as mulheres deveriam dar uma folheada no livro Dois batons e um amante, de Helena Frith Powell. É o que toda mulher precisa. Nada mais.
terça-feira, 5 de julho de 2011
eu quero menos
É com as mãos congeladas que eu escrevo que estou amando esse frio. O frio aqui do Sul, que resfria os ossos. Está incrível. O vento gelado no rosto. O fogo na lareira. As comidas de inverno. Os casacos. As pessoas bem vestidas. Ninguém suando. Ninguém reclamando do calorão. A luz do inverno. Bergamota no sol. Caminhar pelas ruas do Bonfim com o solzinho batendo no rosto...hmm, talvez eu desmaie de prazer. Há tanto tempo que não tinha inverno de verdade aqui. Isso até me lembra os invernos de quando eu era pequena - começou a sessão nostalgia - que eu ía para o colégio com o pijama por baixo da roupa, touca, luvas e duas meias. Dormia com bolsa de água quente nos pés - botija, para os da fronteira. Eta, coisa bem boa. Eu também queria prestar uma homenagem ao meu lençol térmico, que está sempre em casa quando eu chego de noite. A minha vida mudou depois que ele chegou. Já é uma relação de anos e eu quero viver com ele pra sempre. Áh, esse frio já está me deixando romântica, coisa que eu não sou. E viva o frio. Viva as baixas temperaturas. Viva a Campanha do Agasalho. Viva a fumacinha branca que sai da boca. Viva as pessoas que esperam a neve. Viva a geada. Os campos brancos. A água congelada. Viva o Rio Grande do Sul que tem as quatro estações bem definidas; daqui a pouco a cidade já estará florida e a temperatura amena. É alegria pra todo mundo. Eu quero mais. Eu quero menos. Que caia a temperatura.
segunda-feira, 4 de julho de 2011
lá em cima
onde o azul é mais azul. o rosa é mais rosa. lá em cima. onde é tudo silêncio. onde o frio é menos frio. e o amor é mais amor.
palhaçada
Agora o Itamar Franco virou o político mais honesto do Brasil. Aqui na terra basta alguém morrer pra ser santificado. Jesus Cristo foi crucificado e depois virou Deus. Itamar Franco, o político exemplar. Claro, tá morto. Olha...não sei detalhes da vida política do Itamar, e o que sei não vou nem comentar porque afinal o cara nem tá mais aqui pra se defender mas a questão é que eu não me lembro de ninguém encher a bola do cara enquanto ele estava vivo! Por que?! Por que não elogiamos as pessoas enquanto elas estão por aqui? Por que a mídia não dedica o seu tempo para nos mostrar os bons exemplos de pessoas a serem seguidas enquanto elas estão vivas? Juro que não consigo entender de onde que vem esse hábito de não homenagear os vivos e homenagear os mortos. Palhaçada.
Há dois anos fui à uma exposição do fotógrafo Robert Mapplethorpe, na Galleria dell'Accademia, em Firenze. As fotografias de Mapplethorpe ficavam justapostas às estátuas de Michelangelo, no salão principal do museu. Um lugar, digamos...ilustre. A mostra visava mostrar uma estética comum entre os dois artistas. Agora me diz, quando que o Mapplethorpe iria imaginar que as suas fotos - que foram tão execradas - um dia estariam ao lado do David, uma das obras de arte mais admiradas do mundo?! Quer saber, eu acho isso uma puta falta de sacanagem. Por que que não colocaram o cara ao lado do Michelangelo enquanto ele estava vivo? Hmm?
domingo, 3 de julho de 2011
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