quinta-feira, 14 de abril de 2011

Top pânico

Eu tenho pânico de algumas coisas. Você não? Festa de casamento. Tudo começa quando chega o convite, normalmente com um mês de antecedência. Fico feliz pelos noivos, claro, mas extremamente agoniada com o evento que celebra a união. Sempre penso, ah, falta um tempão ainda, certamente terei um compromisso no mesmo dia e não poderei comparecer. Mas  acontece que ao longo do mês, volta e meia me aparece aquela voz no ouvido que diz Festa de casamento dia tal. Você ainda não viu a roupa? Já marcou a maquiagem e o cabeleireiro? Já confirmou a presença? Já confirmou a presença?! Ana, você ainda não confirmou a presença na festa de casamento?! Não, eu nunca confirmo a presença. Sempre estou na iminência de não ir. Fico pensando na igreja que é sempre gelada, no cheiro de mofo dos casacos de pele e na profusão de Chanel nº 5 no ar. Tenho alergia. Pânico total.



O mesmo pânico me ocorre com festa a fantasia.  Minha agonia começa imediatamente no segundo após receber o convite. A partir daí, não paro mais de sofrer pensando na possibilidade de ter que me fantasiar. Fico pensando no frio que vou passar na festa. Sempre o frio. Tenho um histórico de semi congelamento nas poucas festas a fantasia que fui e tenho certeza de que isso me gerou um certo trauma. Fico imaginando as pessoas chegando com aquelas fantasias pra lá de manjadas, havaiana, cigana, enfermeira. Ai! E sempre tem um sem graça que veste uma camiseta do grêmio e diz que foi de jogador de futebol. Não, a Ana não gosta de se fantasiar e muito menos de ir fantasiada à uma festa. Mesmo assim, obrigada pelo convite.

Esperar alguém no aeroporto ou ser esperada no aeroporto por alguém.  Não sei o que é pior. Acho que ser esperada. Tais situações me geram tamanho mal-estar que não sei nem se consigo descrever. Perceba que isso não tem nada a ver com medo de que as pessoas não cheguem por causa de um desastre aéreo. Não, nem passa isso pela minha cabeça. É só mal-estar mesmo. Acho que tem a ver com expectativa. Me incomoda a sensação de saber que tem alguém esperando pela minha chegada. Acho que é isso. E como não faço com os outros o que não gosto que façam comigo, eu também não costumo esperar as pessoas no aeroporto. Vamos deixar que os taxistas lucrem com isso. Não há nada melhor do que encontrar a pessoa querida no aconchego do lar, depois que ela já está descansada da viagem e de banho tomado. Meu ex-namorado e eterno melhor amigo estava sempre chegando de viagem e eu só fui esperá-lo uma vez no aeroporto. Passei mal.

Eu tenho pânico de algumas coisas. Você não?

4 comentários:

Naiana Alberti disse...

texto incrível. pânico? nem te falo...

little marcy disse...

Ana, tb tenho pânico que me esperem no aeroporto heheh....Adoro pegar minha malinha e ir direto para o taxi branco do Salgado Filho...

Ana Flores disse...

Aliás Marcinha, você e eu temos várias coisas em comum... lembra? rsss...

Manoela Py Sostruznik disse...

Ana.... às vezes me acho 'ET', que tranquilidade a minha ver que não estou quanto a festas de casamento e festas a fantasia.....UFA!