sexta-feira, 23 de julho de 2010

Arco-íris e sépia



Durmo com o céu estrelado e acordo com o som da chuva. É temporal. 6h da manhã. Saio de casa e caminho na chuva fina. Passam por mim pessoas carregando seus guarda-chuvas; alguns abertos, outros fechados. Gosto de ver as pessoas que saem cedo de casa. Cultivo o estranho hábito de olhar para cada transeunte e imaginar para onde está indo. Onde será que trabalha? Imagino o ofício de cada um deles. Luvas, chapéu e o casaco mais quente que tenho me aquecem, embora o frio não me incomode. Uma hora se passa e a manhã já se fez de sol. Luvas e chapéu já não são mais necessários. Vejo os guarda-chuvas que foram levados pelo vento estraçalhados pela cidade. Atravesso para caminhar pela calçada do sol. Quando a tarde chega os termômetros já marcam mais de vinte graus e o céu se apresenta com aquele azul que sempre me fez sorrir, desde criança. Não sei que tanta graça que acho do céu azul. Fim de tarde, viração. Vendaval, frio, chuva, barulho, carros buzinando, pessoas querendo voltar para casa. Anda tudo assim... tão instável. É um sobe e desce, uma gangorra, como tão bem comparou uma amiga. É um choro e um sorriso. É a certeza que mal se sedimenta e já é destroçada pela dúvida. Tenho manhãs de força e noites de fragilidade. Uma vontade de silenciar e uma necessidade de falar. Movimento e inércia. Arco-íris e sépia. Não sei que roupa vestir, estou indecisa. Queria saber a previsão do meu Tempo.

2 comentários:

Carlos Cardoso disse...

É. Realmente parece que só existe mesmo uma única coisa fixa na Natureza:

aquela que diz que tudo muda!

Naiana Alberti disse...

de permanente, só a mudança.vivemos o mesmo tempo, vivemos os mesmos segundos. acertamos as horas juntas.