quarta-feira, 25 de maio de 2011

Como alimentar um monstro


É pouco. É pouco matar as vacas, os peixes, as ovelhas e todas as outras espécies que um dia tiveram um coração batendo no peito para comer suas peles, músculos e gordura – e às vezes também comer seu coração. É pouco. Vamos agora nos saborear com os insetos. É o que propõe o senhor Eraldo Moreira em seu livro denominado  Antropoentomofasia. Que belo nome para um livro. Assisti a entrevista do autor no Programa do Jô, ele veio acompanhado de um cheff que preparou alguns petiscos. Sanduíche de grilo. É bem assim, você morde o sanduba, e ali dentro há um grilinho morto. Cascudo ao chocolate. O cascudo vem enrolado no chocolate, entende? Eraldo disse que é delicioso, pois faz crock, é bem crocante. Ele comparou o cascudo ao chocolate com um Bis. Farofa de formiga tanajura. Claro, bolinhas crocantes combinam super bem com farofa. Entenda por bolinhas crocantes, as bundas de diversas formigas mortas. Eles mencionaram uma salada de borboletas. Imagine que colorido! Fico aqui imaginando os diversos tons das folhas verdes, o laranja da cenoura, o vermelho da beterraba e as mil cores das asas das borboletas. Rosa, roxo, turquesa, amarelo, dourado... Uma linda salada para alimentar os monstros, os homens, os seres dessa espécie ignorante da qual às vezes me envergonho de fazer parte.

Um comentário:

Ju disse...

Texto incrível,disse tudo.Adorei!!!!