terça-feira, 31 de maio de 2011
segunda-feira, 30 de maio de 2011
quarta-feira, 25 de maio de 2011
Como alimentar um monstro
É pouco. É pouco matar as vacas, os peixes, as ovelhas e todas as outras espécies que um dia tiveram um coração batendo no peito para comer suas peles, músculos e gordura – e às vezes também comer seu coração. É pouco. Vamos agora nos saborear com os insetos. É o que propõe o senhor Eraldo Moreira em seu livro denominado Antropoentomofasia. Que belo nome para um livro. Assisti a entrevista do autor no Programa do Jô, ele veio acompanhado de um cheff que preparou alguns petiscos. Sanduíche de grilo. É bem assim, você morde o sanduba, e ali dentro há um grilinho morto. Cascudo ao chocolate. O cascudo vem enrolado no chocolate, entende? Eraldo disse que é delicioso, pois faz crock, é bem crocante. Ele comparou o cascudo ao chocolate com um Bis. Farofa de formiga tanajura. Claro, bolinhas crocantes combinam super bem com farofa. Entenda por bolinhas crocantes, as bundas de diversas formigas mortas. Eles mencionaram uma salada de borboletas. Imagine que colorido! Fico aqui imaginando os diversos tons das folhas verdes, o laranja da cenoura, o vermelho da beterraba e as mil cores das asas das borboletas. Rosa, roxo, turquesa, amarelo, dourado... Uma linda salada para alimentar os monstros, os homens, os seres dessa espécie ignorante da qual às vezes me envergonho de fazer parte.
terça-feira, 24 de maio de 2011
segunda-feira, 23 de maio de 2011
sexta-feira, 20 de maio de 2011
quinta-feira, 19 de maio de 2011
Tudo isso
A vida é um suspiro. Parece que foi ontem que aprendi a juntar as sílabas e ler as primeiras palavras. Uva. Uva foi a primeira palavra que li. A segunda foi Ana. Palavras fáceis. Aquele tempo passou. As rugas já estão aqui e esse é o sinal dos tempos - dos tantos tempos que passaram. E nesse hiato que é a vida de cada um de nós, há um coração que bate, nos anunciando a cada segundo que ainda há tempo. E enquanto o meu coração pulsa, eu quero o inesperado, a rotina, a despedida, os reencontros, o conhecimento, eu quero chegar em casa no final do dia. Da vida, eu quero os amigos, os amores, as paixões e a câmera fotográfica na mão. Quero da vida as coisas simples da vida. Café preto em boa companhia, chá quente na cama, meus livros e silêncio. Quero as minhas extravagâncias, os meus luxos de mulher, minhas unhas coloridas, sexo, Klimt e Kirchner na parede da minha sala. A vida é um piscar de olhos. Estes mesmos olhos que ainda verão pela primeira vez na vida algumas coisas, alguns lugares e também os olhos das pessoas que eu conhecer. Tudo isso em um segundo, e eu ainda preciso de tempo para ir até Marrocos pura e exclusivamente para comer e fotografar. A vida é tão rápida, um flash. A vida se refaz a todo instante. A vida é apenas um instante. Ou pode ser tudo isso.
quarta-feira, 18 de maio de 2011
terça-feira, 17 de maio de 2011
Não leve a vida tão a sério
Não leve a vida tão a sério. Descomplique. Aceite aquilo que você nunca pensou que fosse aceitar um dia. Jogue pela janela as coisas incompreendidas. Elas não existem para que você as compreenda. Deixe completamente livre quem você mais ama. Não peça segredos. Saiba que o amor não é para sempre ou acredite em amor eterno, tanto faz, mas viva isso de forma descomplicada. Não faça tantas contas, simplifique. Divida a conta pelo número de amigos que está na mesa e pronto, não interessa se você não comeu sobremesa e o outro comeu. Não tente, pelo amor de Deus não tente saber o que se passa na cabeça das outras pessoas. Da mesma forma, também não tente entender a arte conceitual. Conviva com algumas crianças. Ignore alguns adultos. Finja que está concordando. Sorria e acene como os pinguins do Madagascar. Não fique de mal humor se você não conseguiu dormir tantas horas. Não há nada que um café expresso não resolva. As madrugadas existem para serem dormidas ou sorridas. Ou lidas. Na dúvida, diga sim. Acredite piamente que chocolate faz bem à saúde. Eu acredito. E assim como a vida, também não leve a morte tão a sério. As flores de plástico dão um visual bem moderno ao cemitério. Vale a pena dar uma caminhada entre as tumbas e fazer umas fotografias.
sexta-feira, 13 de maio de 2011
Pessoas
Interior da Republica Tcheca. Um trem com dois vagões. Eu não vi a estação que ele desceu. Não sei para onde esse senhor foi.
Vidros de boticário, um globo e outras quinquilharias. Relógios que marcaram o tempo das pessoas que já morreram. Esse homem deve continuar sentado na mesma cadeira, todos os sábados.
O trem parou e a menina não desceu na estação. O trem seguiu com a menina sentada no banco e a estação ficou pra trás. Senti dó.
Essa mulher é uma boneca velha. Não pude chegar mais perto porque comecei a espirrar.
Na cidade de São Francisco de Assis ele tentava enfiar o fio no buraco do sapato. Tinha um furo na meia. Não tinha dentes na boca. Era perfumado. Passava água-de-colônia.
Não gosta de ser fotografada. Quase me deu uma merecida vassourada.
Os alemães são tão reservados que não deixam margem para a minha imaginação. Não sei nada vezes nada da vida da senhora dos cartões.
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