Acordei com Clarice Linspector na cama.
Tudo no mundo começou com um sim. Uma molécula disse sim à outra molécula e nasceu a vida.
sexta-feira, 25 de dezembro de 2009
terça-feira, 22 de dezembro de 2009
segunda-feira, 21 de dezembro de 2009
Ser
Ouve estas rãs? Tudo aquilo que fazemos tem tanto sentido e tanta ordem quanto seu coaxar, aquele saltar da água para a margem e da margem para a água...
Terminei de ler - finalmente - O cavaleiro inexistente, do Italo Calvino. Ao virar a última página fica a sensação de apenas ser, e nada mais. Ou ainda de simplesmente não ser a maioria das coisas que julgamos que somos.
Terminei de ler - finalmente - O cavaleiro inexistente, do Italo Calvino. Ao virar a última página fica a sensação de apenas ser, e nada mais. Ou ainda de simplesmente não ser a maioria das coisas que julgamos que somos.
Diálogos
caminhe pelas calçadas. amo namorar os desenhos das calçadas. passeie lentamente. talvez sem rumo.
domingo, 20 de dezembro de 2009
O prazer pela arte e pela história
Ontem tive o prazer de rever Santiago, filme de João Moreira Salles. Santiago conhecia profundamente as dinastias e aristocracias de todo o mundo. Passou a vida estudando sobre as famílias e pessoas que definiram o curso da nossa história. E escreveu sobre elas com tamanha intimidade.
Me identifiquei demais com este homem em algumas coisas. Assim como eu, Santiago foi um incansável estudioso da família Medici, a qual ele refere-se emocionado como os adoráveis Medicis di Firenze. Essa é a nossa família preferida. Também compartilhamos do mesmo pavor e desprezo pela família Pazzi. Do amor e respeito à Bach e Cimabue. Da adoração às flores e ao estudo das línguas. E o mais incrível, Santiago se referia à Casa da Gavea - casa da família Moreira Salles onde trabalhava como mordomo - como sendo o Palazzo Pitti. Para quem não sabe, o Palazzo Pitti é um dos lugares que mais amo estar. Na primeira vez que estive lá, senti como se estivesse voltando para casa.
Santiago vestia fraque para ouvir Beethoven, simplesmente porque é Beethoven, dizia. Nas paredes, a companhia das madonnas de Rafaelo Sanzio, Gentile da Fabriano e Michelangelo. Para ele, os lutadores de boxe eram gladiadores romanos. Falava e escrevia latim com a mais linda naturalidade. Definitivamente foi um homem que viveu na época e no lugar errado.
Um filme para as pessoas que valorizam a estética, para quem tem a arte como algo sagrado e para quem sente um imenso prazer em conhecer a história da humanidade. Um filme para poucos.
quinta-feira, 17 de dezembro de 2009
De Lulu pra Lulu
quarta-feira, 16 de dezembro de 2009
domingo, 13 de dezembro de 2009
sábado, 12 de dezembro de 2009
Cores, cores
sexta-feira, 11 de dezembro de 2009
Por que não está pintado?
"Por que não está pintando? Para mim, esta cena é inacreditável. Uma cena que parece uma pintura não faz uma pintura. Olhando com atenção, verá que toda natureza tem sua beleza e, quando há esta beleza natural, eu simplesmente me perco nela. Então como num sonho, a cena se pinta sozinha para mim. Sim, eu consumo este cenário natural. Devoro-o completamente dentro de mim. Mas é tão difícil segurá-lo aqui dentro. Eu trabalho, me esfalfo, arremeto feito locomotiva! Preciso me apressar o tempo está acabando, tão pouco tempo me resta para pintar..."
Vincent Van Gogh no filme Sonhos de Akira Kurosawa
quarta-feira, 9 de dezembro de 2009
terça-feira, 8 de dezembro de 2009
domingo, 6 de dezembro de 2009
sábado, 5 de dezembro de 2009
Toc toc toc
É a Quinta sinfonia de Beethoven! Pense na música como o destino batendo à sua porta!
É uma fala do último filme do Woody Allen, Whatever works. Estou assistindo em casa. E de trilha sonora, sabe o que tem? Desafinado, Tom Jobim.
É uma fala do último filme do Woody Allen, Whatever works. Estou assistindo em casa. E de trilha sonora, sabe o que tem? Desafinado, Tom Jobim.
sexta-feira, 4 de dezembro de 2009
quinta-feira, 3 de dezembro de 2009
Um dia assim
a vida de cada um
quarta-feira, 2 de dezembro de 2009
Leve
abre a janela e deixa a chuva entrar. há tanto para ser lavado. e tantas coisas para serem levadas. deixa que leve. que o tempo vai virar de novo. abre a janela e deixa o amor entrar. há tanto para ser amado. todas as coisas podem ser amadas. deixa ser leve. que o tempo vai virar de novo.
terça-feira, 1 de dezembro de 2009
segunda-feira, 30 de novembro de 2009
A vida é tão rara
Enquanto o tempo
Acelera e pede pressa
Eu me recuso faço hora
Vou na valsa
A vida é tão rara...
Lenine
Acelera e pede pressa
Eu me recuso faço hora
Vou na valsa
A vida é tão rara...
Lenine
domingo, 29 de novembro de 2009
Concerto
Hoje pela manhã fui a um concerto. Consegui o melhor lugar: sentada na grama verde ainda úmida, no amanhecer. A orquestra estava completa: bem-te-vi, sabiá, quero-quero, catorrita, joão de barro, o bater das asas do beija-flor, folhas caindo, vento, o mugido longínquo das vacas, tico-tico e picapau.
sábado, 28 de novembro de 2009
Para duas irmãs
A amizade transcende os anos que passaram por nós e a geografia que nos separa. Ficaram no passado as brincadeiras na calçada, os finais de semana na estância, os namorados e os planos que nunca deram certo. Permanece a nossa alegria sempre que nos reencontramos, já com algumas rugas no rosto.
sexta-feira, 27 de novembro de 2009
Amor, palavra que liberta
Palavras que me acompanharam a semana inteira as da Marisa:
Por isso eu pergunto
À você no mundo
Se é mais inteligente
O livro ou a sabedoria
O mundo é uma Escola
A vida é o circo
Amor palavra que liberta
Já dizia o Profeta
quinta-feira, 26 de novembro de 2009
quarta-feira, 25 de novembro de 2009
terça-feira, 24 de novembro de 2009
Dia
Dia de cantar. Dia de caminhar. Dia de ajudar. Dia de desencontrar. Dia de criar. Dia de opinar. Dia de não entender. Dia de aceitar. Dia de arestas. Que dia. Que venha a noite.
segunda-feira, 23 de novembro de 2009
sexta-feira, 20 de novembro de 2009
A Arte de conviver com o Tempo
O Lucas, meu monitor, amigo do coração, irmão etc e tal me fez lembrar desse texto do livro Lavoura Arcaica. Palavras sagradas que tenho lido diariamente.
O tempo é o maior tesouro de que um homem pode dispor; embora inconsumível, o tempo é o nosso melhor alimento; sem medida que o conheça, o tempo é contudo nosso bem de maior grandeza: não tem começo, não tem fim; é um pomo exótico que não pode ser repartido, podendo entretanto prover igualmente a todo mundo; onipresente, o tempo está em tudo; existe tempo, por exemplo, nesta mesa antiga: existiu primeiro uma terra propícia, existiu depois uma árvore secular feita de anos sossegados, e existiu finalmente uma prancha nodosa e dura trabalhada pelas mãos de um artesão dia após dia; existe tempo nas cadeiras onde nos sentamos, nos outros móveis da família, nas paredes da nossa casa, na água que bebemos, na terra que fecunda, na semente que germina, nos frutos que colhemos, no pão em cima da mesa, na massa fértil dos nossos corpos, na luz que nos ilumina, nas coisas que nos passam pela cabeça, no pó que dissemina, assim como em tudo que nos rodeia; rico não é o homem que coleciona e se pesa no amontoado de moedas, e nem aquele, devasso, que se estende, mãos e braços, em terras largas; rico só é o homem que aprendeu, piedoso e humilde, a conviver com o tempo, aproximando-se dele com ternura, não contrariando suas disposições, não se rebelando contra o seu curso, não irritando sua corrente, estando atento para o seu fluxo, brindando-o antes com sabedoria para receber dele os favores e não a sua ira; o equilíbrio da vida depende essencialmente deste bem supremo, e quem souber com acerto a quantidade de vagar, ou a de espera, que se deve pôr nas coisas, não corre nunca o risco, ao buscar por elas, de defrontar-se com o que não é;
Raduan Nassar, em Lavoura Arcaica
O tempo é o maior tesouro de que um homem pode dispor; embora inconsumível, o tempo é o nosso melhor alimento; sem medida que o conheça, o tempo é contudo nosso bem de maior grandeza: não tem começo, não tem fim; é um pomo exótico que não pode ser repartido, podendo entretanto prover igualmente a todo mundo; onipresente, o tempo está em tudo; existe tempo, por exemplo, nesta mesa antiga: existiu primeiro uma terra propícia, existiu depois uma árvore secular feita de anos sossegados, e existiu finalmente uma prancha nodosa e dura trabalhada pelas mãos de um artesão dia após dia; existe tempo nas cadeiras onde nos sentamos, nos outros móveis da família, nas paredes da nossa casa, na água que bebemos, na terra que fecunda, na semente que germina, nos frutos que colhemos, no pão em cima da mesa, na massa fértil dos nossos corpos, na luz que nos ilumina, nas coisas que nos passam pela cabeça, no pó que dissemina, assim como em tudo que nos rodeia; rico não é o homem que coleciona e se pesa no amontoado de moedas, e nem aquele, devasso, que se estende, mãos e braços, em terras largas; rico só é o homem que aprendeu, piedoso e humilde, a conviver com o tempo, aproximando-se dele com ternura, não contrariando suas disposições, não se rebelando contra o seu curso, não irritando sua corrente, estando atento para o seu fluxo, brindando-o antes com sabedoria para receber dele os favores e não a sua ira; o equilíbrio da vida depende essencialmente deste bem supremo, e quem souber com acerto a quantidade de vagar, ou a de espera, que se deve pôr nas coisas, não corre nunca o risco, ao buscar por elas, de defrontar-se com o que não é;
Raduan Nassar, em Lavoura Arcaica
quarta-feira, 18 de novembro de 2009
terça-feira, 17 de novembro de 2009
Blue butterfly
segunda-feira, 16 de novembro de 2009
sábado, 14 de novembro de 2009
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