domingo, 5 de dezembro de 2010

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Tenho passado alguns dias em casa. No choice. Me acompanham Dostoiévski e Trumam Capote, com suas grandes obras Crime e castigo e Travessias de verão. Para amenizar, intercalo com a biografia ilustrada de Pablo Picasso. Também aproveitei o tempo para rever e organizar as 5048 fotografias  que fiz na minha última viagem. Então, compartilho algumas coisas legais aqui. (Acabo de lembrar de um amigo meu que costuma dizer que quando a gente divide algo, na verdade, está multiplicando. Dividir é multiplicar. Gosto disso. Fecha parênteses). 


No meio do caos de Budapeste, existe o Café Mirò. Um restaurante inspirado no artista, óbvio. É super badalado e oferece lanches requintados. Ufa, um momento de paz dentro da poluição do ar, sonora e visual da cidade. Fica em Buda, na Uri Utca. Na quadra seguinte, tem algumas galerias de arte e já aviso que os artistas húngaros são de fazer cair o queixo.



Sou fascinada por pintura. Não tem um dia sequer que eu não olhe alguma coisa em livros e internet, e sempre que possível, museus. E quando eu penso que já ví de tudo, eis que me surpreendo novamente. É sempre assim. Mas esse cara aí passou dos limites, me deixou louca. O responsável foi Christian Seybold, austríaco. Observe como ele consegue representar com tinta óleo as rugas do rosto, a oleosidade da pele, a textura dos lábios, bem como a luz e a sombra que incidem sobre a sua própria face. Sim, é um auto-retrato e não uma foto de si mesmo, feita com uma câmera de alta definição.


A foto tá meio trash, eu concordo, mas  foi o melhor que eu e minha câmera conseguimos para mostrar o recheio do supli, a oitava maravilha do mundo. Supli é um bolinho frito. O recheio: arroz (preparado com um temperado molho de tomate) e queijo. Você come com a mão, se lambuza com o óleo e quase morre de prazer. Custa entre noventa e cinco cents e um euro e vinte. Os melhores estão perto do Vaticano e é humanamente impossível comer um só.





Viena é uma overdose de arte, especialmente do final do século dezenove e início do século vinte. Todo mundo sabe disso, não seria nenhuma novidade dar dicas de museus para visitar em Viena aqui. Guia da Folha de São Paulo pra quem  for pra lá. Mas posso indicar um programa muito legal: passear na feira de Naschmarkt, no sábado de manhã. A variedade dos alimentos é incrível. A qualidade é impecável, digna dos austríacos. Frutas, legumes, queijos, pães, verduras, doces. Uma festa de cores.  Há uma banca que vende tâmaras recheadas com nozes que é de comer de joelhos.  Também tem a  parte das velharias que eu amo: objetos de decoração, roupas, bonecas velhas e coisas que quase não se vê mais, como máquinas de escrever , piôrra, bambolê e disco de vínil. Pra quem curte art-noveau, a feira inicia-se na frente do Prédio da Secessão e termina na frente do Wagner Apartments.



Cesky Krumlov é uma pequena cidade no interior da República Tcheca. Uma amor de lugar. É a paisagem de um quadro. Para caminhar pelas ruas, olhar as janelas, atravessar a ponte e sorrir em cada esquina. E no meio da vida pacata da cidade, você encontra - completamente fora do contexto - o Egon Schiele Art Center. Para fazer delirar quem gosta de Schiele e para quem não gosta, aprender a gostar (este foi o meu caso).




Essa é Innsbruck, cidade da qual falo pouco mas que gostei muito. Passei apenas um dia em Innsbruck mas tive tempo suficiente para subir em uma montanha com mais de 3000 metros de altura. A foto comprova o que eu passei a vida dizendo que jamais teria coragem de fazer. Olha a foto da sombra do meu teleférico nas copas das árvores lááá embaixo!! E lá em cima dá um tanto de vontade de pensar na vida e outro tanto de vontade de não pensar em nada. Fiquei dividida.






 

3 comentários:

Júlia Schütz Veiga disse...

simplesmente amei

Ju disse...

"Coisas que aprendi com Ana..."
é um bom título,não?
Ana,aprendo muito com vc,amo ler seu blog.
Beijocas.
Jú Paim.

San disse...

viajando com bom bom! sempre bom...